A verdade é que, eu realmente não sei o que dizer sobre isso. Escrevendo essa sexta parte de “Jojo’s Bizarre Adventure” - Stone Ocean, Eu comecei a sentir uma grande sensação de satisfação em relação aos poderes dos Stands. Eu senti que eu cheguei ao pico da minha criatividade, como um autor eu havia desenhado tudo que minhas capacidades permitiam. ‘Tempo’ que ficava mais e mais rápidos para humanos perceberem, chegando perto do conceito do infinito - dado que nós não podemos realmente compreender muito sobre. Como poderia possivelmente ter um poder de Stand mais forte que esse? “Não há nada mais incrível, minha criatividade chegou ao seu ponto mais alto”, era o que eu pensava. Eu normalmente penso que sentimentos como uma sensação de satisfação ou uma realização pessoal são extremamente assustadores. Se encontrar em uma situação em que você acha que tudo está indo bem e você não precisa fazer mais nada é sem dúvidas uma situação terrível, como uma pessoa e como um mangaká, mas também se pensarmos sobre a sociedade e o desenvolvimento da ciência, filosofia, arte e cultura em geral. Pessoas agem para conquistar algo, para obter satisfação acima de tudo, mas o que eles fazem quando a alcançam? Esse sentimento contraditório formigava em meu coração enquanto eu estava criando o final de ‘Stone Ocean’.
Jolyne Cujoh, nossa protagonista, sentiu um vazio profundo em seu coração também porque nela faltava o amor paterno que a levou a virar amiga de um cara suspeito e ser presa, depois de causar um acidente de carro. Mas o quqe é importante é o progresso que ela faz depois disso, por causa das ações que ela tem de tomar para salvar seu pai ela se torna a mulher forte que ela é. Se nós olharmos para essa história como um conto do crescimento da protagonista, sua história havia acabado. Então o que eu deveria fazer para a execução desse mangá? Em outras palavras, eu não tenho nada mais para desenhar. Acabou. ‘Jojo’s Bizarre Adventure’ chegou ao seu ápice.
Esse foi ‘Stone Ocean’.
O fim.
Mas isso não está certo, não mesmo, parece errado. O fato de que eu estou me sentindo realizado não deveria ser uma coisa boa.
É como se uma luz vermelha estivesse na minha frente, o que eu deveria fazer?
É isso o que eu então estava pensando, até eu ter uma ideia.
Voltar às origens! Não é assim que o Renascimento aconteceu na Itália, indo de volta aos conceitos gregos e romanos na arte clássica? O pintor francês Gauguin também construiu uma nova pintura inteira indo de volta às origens que Tahiti representava para ele.
Eu devo fortalecer ainda mais o poder do Stand do Padre Pucci. Dessa vez, os personagens, as linhagens e o universo inteiro se conectará e voltará às suas origens. Para ‘Jojo’s Bizarre Adventure’ eu tive de deixar os dias modernos e retornar à natureza. Eu tive de mudar o final de Stone Ocean bem antes dos últimos capítulos por esse motivo, eu liberei todos os sentimentos nostálgicos que eu havia em minha alma e é por isso que ele saiu desse jeito. As memórias de Jolyne Cujoh são diferentes, mas eu acho que seu amor e emoções permanecerão para sempre e certamente crescerão. Eu quero que o protagonista da sétima parte esteja lutando contra a natureza de uma forma que ensine a ele como amadurecer. Esses eram meus pensamentos ao escrever a sexta parte, talvez essas coisas não deveriam ser ditas ou escritas mas isso é o posfácio do autor né? Saiu tudo desse jeito.