Em todos os volumes de JoJo's Bizarre Adventure, a primeira orelha da capa vem sempre acompanhada de informações do próprio Hirohiko Araki. Dentre essas informações há, pelo menos, uma fotografia — geralmente do Araki — e, na grande maioria das vezes, as fotos vêm acompanhadas de pensamentos dele ou acontecimentos de sua vida. São assuntos variados, podendo conter informações de personagens ou da história em si. As seguintes notas e fotos foram tiradas dos volumes de The JOJOLands, e a tradução para o português foi feita diretamente do original, em japonês.
Sabe o plástico de embalar alimentos? Mas falo daquele de caixinha. Bem, se ele escapar da lâmina para dentro da caixa, já era. Adeus. É como se o mundo acabasse.
O calor neste ano está quase literalmente de matar. E mal posso me proteger dele. Até tentei fugir disso dando uma volta na floresta, mas tinha vespas lá.
Eu vou para o trabalho a pé, mas ainda sou parado pela polícia. Eles perguntam o que eu tenho na carteira, esse tipo de coisa. Não é exagero isso acontecer mesmo eu tendo 60 anos?
Viajei para Osaka e Quioto. Encontrei um livro que usava o som "totsu totsu totsu" (咄々々). Parece ter um sentido parecido com o da onomatopeia "go go go" (ゴゴゴ).
The JOJOLands é a nona parte de JoJo's Bizarre Adventure, e seu protagonista é um garoto de 15 anos. Na minha opinião, 15 é a idade de quando nossos pensamentos sobre o futuro se tornam mais intensos, e eu, como autor, espero que ele amadureça e prospere esplendidamente. A propósito, em relação ao nome “November Rain”, que aparece na história, “novem” se refere ao número nove. Pelo visto, depois que os meses de julho e agosto acabaram inseridos no meio do calendário, novembro mudou de posição.
Quando vou ao trabalho a pé, às vezes sou parado pela polícia para responder algumas coisas, mas também acontece de eu receber comida das pessoas. “Quer uns caquis?” ou “Que tal um udon e rabanetes?”, e por aí vai.
São pessoas que nem moram por ali, e algumas eu nem conheço direito. Elas não pedem autógrafos, e a cada vez é alguém diferente. Será que eu aparento estar com fome? Já até ganhei matsutakes, ha ha ha. Sensacional, né? Enfim, é assim que começam meus dias de trabalho.
Tem algo que nunca mencionei em lugar algum por receio de me acharem estranho. Quando eu tinha uns 20 anos, cerca de 40 anos atrás, fui à Itália e fiz uma parada em Pádua, uma cidade ao norte. Era minha primeira vez lá, mas eu tinha a sensação de que já a conhecia. Ao caminhar próximo ao rio que flui pela cidade, eu já fazia ideia de quais edifícios encontraria, como era a vista das pontes e como chegar à igreja. Os lugares eram bem como eu imaginava. Foi assim que me senti por lá. Desde então, durante minhas viagens, eu tento visitar Pádua sempre que possível. (Continua no vol. 4)
(Continuando do vol. 3...) Será que existe reencarnação? Pensando nisso, dei várias voltas pela cidade de Pádua, no nordeste da Itália, procurando reconhecer, quem sabe, algum lugar onde eu tenha vivido; mas não descobri nada no fim das contas. E mesmo que eu descobrisse, provavelmente seria o lar de outra pessoa agora. Bem, o que estou tentando dizer é que, graças a essas caminhadas, a cidade me ensinou muitas coisas. Cada cidade tem sua própria “maneira de pensar”, e isso se reflete na cultura e na arte, em boas coisas como culinária, arquitetura, cultivo e até a atitude dos desconhecidos que cruzam nosso caminho. Quero que isso seja relevante pra minha vida.